1. Propagação em viveiro
As plântulas podem ser produzidas em germinadores ou diretamente em sacos plásticos dentro de viveiros, para posterior plantio no local definitivo. Para tanto, deve-se construir os viveiros a pleno sol, sem nenhum tipo de cobertura, já que as plantas são favorecidas pela luz e não toleram sombra intensa (MARTINEZ, 2002).
Nos germinadores, deve-se utilizar solo com alto conteúdo de matéria orgânica, para favorecer a aeração e evitar o encharcamento das sementes. Nesse manejo, as sementes selecionadas são colocadas na areia e são irrigadas preferencialmente por nebulização, e podem ser cobertas com material leve para impedir perdas de umidade na fase inicial da germinação (MARTINEZ, 2002).
Na utilização de sacos plásticos de polietileno de 10 x 25 cm, as sementes são colocadas a uma profundidade de 2,5 cm em substrato com combinação de 30% solo + 40% matéria orgânica + 30% areia. Antes, pode-se também colocar as sementes entre duas mantas úmidas de papel grossos ou tecido até que os cotilédones iniciem sua saída da casca (cerca de sete dias depois) e depois transportar as sementes para os sacos plásticos (MARTINEZ, 2002). Em geral, as mudas devem permanecer no viveiro por aproximadamente três meses, quando atingem 30 a 50 cm e estarão prontas para serem levadas ao campo (transplantadas).
2. Espaçamento e transplante
Para o plantio das mudas no campo, deve-se retirá-las dos sacos de polietileno somente na hora do plantio, evitando-se assim perdas de seu substrato e de sua umidade (MARTINEZ, 2002).
O espaçamento de plantio varia em função do objetivo da produção do nim, das condições ambientais e do manejo a ser utilizado na cultura (IAPAR, 2006a). Além disso, deve-se lembrar que para o nim, quanto maior a quantidade de luz solar recebida, maior é seu desenvolvimento vegetativo e, portanto, alta produção de sementes por ano e de qualidade da madeira (IAPAR, 2006b).
Normalmente, para a produção de sementes, recomenda-se o espaçamento de 7 m entre fileiras x 5 a 8 m entre árvores, com o maior espaçamento nas regiões mais quentes; para a produção de madeira, usa-se 8 x 8 m (IAPAR, 2006a).
Podas
O nim necessita de podas para se conduzir o tronco sem ramos até que chegue a 2 m de altura (IAPAR, 2006a). Desse modo, realiza-se uma poda de formação nas plantas enquanto jovens, para que alcancem a forma desejada, e para que haja a formação de um tronco reto; posteriormente faz-se uma poda de produção nas árvores já adultas, por volta do terceiro ano, ou após a primeira colheita, com o intuito de estabilizar a produção (MARTINEZ, 2002). O ponteiro apical pode ser cortado quando a planta alcançar 4 a 5 m de altura, fazendo com que a árvore não se torne muito alta e a copa se desenvolva melhor (IAPAR, 2006a).
Produção
Em condições favoráveis, as árvores iniciam sua floração dois a três anos após seu plantio, atingindo produção de 2,4 a 8,0 kg por árvore. Em geral, a frutificação ocorre uma vez por ano. Contudo, dependendo do clima, principalmente da temperatura, pode realizar-se duas colheitas por ano. O rendimento dos frutos varia entre 30 e 50 kg árvore-1 devido à temperatura, à umidade, ao tipo de solo e genótipo. Normalmente, 50 kg de frutos maduros têm cerca de 30 kg de sementes que produzem 6 kg de óleo e 21 kg de pasta (CNPAF, 2006)
Colheita dos frutos
O ponto ideal de colheita é quando os frutos começam a amadurecer, ou seja, passam da cor verde para a amarela. Para a maior qualidade das sementes e dos extratos, a colheita dos frutos deve ser feita diretamente nos ramos, cortando-se os cachos quando cerca de 50% dos frutos se encontrarem amarelos (maduros) (IAPAR, 2006a). Os cachos de frutos devem ser colocados à sombra até que termine o processo de maturação. Só então será feito o despolpamento e a secagem das sementes (IAPAR, 2006a). Com a colheita do fruto e posterior secagem das sementes, é possível obter o pó da semente, o óleo puro, o óleo emulsionável, repelente de mosquitos, xampus, sabonetes e cremes dentais. A colheita de folhas do nim pode ser realizada durante o ano todo para o preparo de extratos das folhas, que pode ser feito tanto com folhas secas quanto com folhas ‘in natura’ (MARTINEZ, 2002).
Despolpamento e secagem das sementes
O despolpamento e secagem das sementes devem ser feitos adequadamente e logo após a colheita, pois esse processo é de fundamental importância para a germinação das sementes, para a conservação do teor de azadiractina e para a qualidade dos produtos que serão obtidos (MARTINEZ, 2002).
As sementes de nim geralmente perdem a capacidade de germinar a partir de 3 a 4 semanas depois de colhidas. Além disso, se não forem despolpadas, lavadas, secas e guardadas de maneira correta, podem mofar e se tornarão imprestáveis tanto para o plantio como para os outros usos. Por esta razão, para produzir mudas ou para extrair óleo, é necessário muito cuidado durante a colheita, seleção, despolpa, lavagem, secagem e armazenagem das sementes, para que os produtos obtidos tenham qualidade garantida. (ESPLAR, 2006).
Para facilitar o despolpamento, recomenda-se que os frutos sejam submersos em água por algumas horas antes de serem despolpados, para amaciar e suavizar a polpa, para em seguida ser possível realizar a lavagem das sementes com água para se extrair as substâncias açucaradas restantes (MARTINEZ, 2002).
As sementes devem ser secas antes do armazenamento, longe do contato direto com o chão, para evitar que esquentem demais. É necessário um dia de pleno sol, revolvendo as sementes duas vezes, e, depois as colocando à sombra em camadas finas, para se eliminar a umidade remanescente. A secagem deve prosseguir até as sementes adquirirem cor marrom clara ou escura e com umidade de 15%. Para um armazenamento mais prolongado, a umidade deve ficar ao redor de 8%, quando estarão prontas para o plantio, armazenamento ou para a produção de óleo. Cada kilograma de sementes secas contém ao redor de 3 mil sementes (MARTINEZ, 2002).
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